Deu a Louca na Cinderela

Uma aliança de malfeitores liderada por Frieda (Sigourney Weaver) pretende dominar o mundo dos contos de fadas. Mas quando Cinderela, ou apenas Ela (Sarah Michelle Gellar), percebe que sua madrasta está prestes a arruinar sua participação nas histórias encantadas, ela torna-se a líder do grupo de rebeldes que tenta impedir os planos de Frieda e seus companheiros malvados.
Elenco:
Sarah Michelle Gellar
Sigourney Weaver
Andy Dick
Jill Talley
Jon Polito
Freddie Prinze Jr
Phil Proctor
Direção:
Paul Bolger
Yvette Kaplan
Produção:
John H. Williams
Fotografia:
David Dulac
Trilha Sonora:
Paul Buckley
Deu a Louca na Cinderela

Depois do sucesso de Deu a Louca na Chapeuzinho, a Europa Filmes lança nos cinemas brasileiros o desenho animado de longa-metragem Deu a Louca na Cinderela. Porém, atenção: as semelhanças entre os dois filmes ficam apenas nos seus títulos em português. Esta animação não é produzida pelas mesmas empresas, muito menos pelos mesmos profissionais do divertido Deu a Louca na Chapeuzinho. Trata-se apenas de uma tentativa de “enganchar” o sucesso anterior.
Deu a Louca na Cinderela é uma co-produção entre a produtora alemã Berlin Animation Film (BAF) e a norte-americana Vanguard Animation, uma das empresas responsáveis pelo desenho animado Valiant – Um Herói que Vale a Pena!, lançado no Brasil pela mesma dostribuidora. E fica claro no resultado final do filme que, infelizmente, nenhum dos roteiristas nem dos diretores deste filme esteve envolvido em Deu a Louca na Chapeuzinho, bem superior a esta estréia.
Agora, a trama imagina um mago que, do alto do seu castelo, comanda o destino de todos os contos de fadas tradicionais, mantendo o equilíbrio entre o bem e o mal, de maneira, é claro, que o bem sempre triunfe. Contudo, chega um dia em que o tal mágico decide tirar férias e deixa dois confusos ajudantes tomando conta desta verdadeira “central de histórias”. Não poderia dar outra: os assistentes logo trocam os pés pelas mãos, bagunçam o equilíbrio e permitem que ninguém menos do que a madrasta malvada da Cinderela tenha acesso ao delicado mecanismo. É aí que começa a encrenca.
Tecnicamente, o filme não é ruim. Não é como nenhuma produção Pixar, mas dá conta do recado graças a uma satisfatoriamente bem resolvida animação em 3D. O problema – como quase sempre acontece – é a pouca criatividade do roteiro. Primeiro porque desde que Shrek, já há seis anos, teve como base de sua ação a subversão total dos clichês dos contos de fadas, ninguém mais conseguiu abordar o mesmo tema com tanta inventividade e bom humor. Nota-se até em Deu a Louca na Cinderela um mote muito parecido com o de Shrek Terceiro, que propõe uma conspiração de famosos vilões de contos infantis. Em segundo lugar, o filme não se sustenta nem como humor, nem como aventura. Até começa bem, com uma ou outra situação divertida, mas logo cai no lugar comum da falta de boas idéias.
Tentar iludir o público por meio da confusão dos títulos em português é no mínimo um ato de propaganda enganosa que só se justificaria se tivesse “dado a louca” na Europa Filmes. Um detalhe final: pelo menos na cópia exibida para a imprensa, não havia créditos para os (bons) dubladores em português.
POR: SAMUEL DA SILVA ARAUJO
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